O ano de 2020, entre outros problemas, foi pautado também pela dificuldade econômica. No meio de tudo isso, vimos no Brasil o maior aumento de abertura de empresas desde 2010. Pois bem, longe da glamourização sobre o empreendedorismo, entendemos que essa prática é muito mais uma necessidade. E, tendo em vista que muitas pessoas estão se reinventado para se adaptarem ao ‘novo normal’, trazemos aqui 5 modelos de negócios criativos que você precisa conhecer para se inspirar.
É estranho, mas, o maior número de empresas abertas é exatamente do mesmo setor que teve mais empresas encerradas em 2020: comércio de roupas e acessórios. De acordo com report da Criável foram 200,7 mil empresas abertas e 73,7 mil empresas encerradas. Há, no mercado, grande oportunidade para marcas que são transparentes, trabalham com moda sustentável e estão online. Talvez isso explique o número de aberturas e fechamentos de empresas. Quem não sabe se reinventar e atender essas novas demandas, morre na praia.
5 modelos de negócios criativos que você precisa conhecer
#1 – Conhecimento compartilhado
Muitas marcas ainda vivem assombradas com o medo de expor seu processo. Tanto por cópia dos concorrentes quanto por ensinar a pessoa a fazer o bolo e então deixar de vender o bolo pronto. Mas, é preciso ter um olhar diferente quanto a isso. Afinal, compartilhar informações sobre a empresa e seu processo faz com que a marca engaje a comunidade. Com isso, as pessoas passam a valorizar ainda mais o seu processo e admirar a sua marca. Sem falar que 2020 nos mostrou que todos podemos ensinar e aprender através da internet. 😉
Pois bem, se nós estamos a passos lentos, algumas marcas já dão show no conhecimento compartilhado, como por exemplo, a A J.W Anderson (uma marca de luxo) disponibilizou a modelagem do cardigan de tricô usado por Harry Style. O resultado? Mais de 9 mil vezes a #HarryStylesCardigan foi utilizada no Instagram por pessoas que tentaram fazer o cardigan em casa. O sucesso no TikTok também foi enorme.
Muito além de ser uma ação pontual, existem empresas que tem isso como essência da marca. Como, por exemplo:
- o @projetofio que faz oficinas, tutoriais e produz kits de bordados, uma vez que todas as suas peças possuem bordado;
- a comas_sp e @remexefavelinha ensinam seu método próprio de upcycling de camisas para outras marcas, por meio de mentorias e cursos livres;
- e a @flaviaaranha que dá oficinas de tingimento natural para o pessoal da sua comunidade.
#2 – Sob demanda
Nada de estoque parado em tempos de crise climática e financeira. Produzir sob demanda é uma boa opção. Nesse modelo o cliente financia a peça no momento da compra. E somente após a compra é que ela é confeccionada.
A marca Plano Piloto, por exemplo, informa o prazo de entrega de 20 dias. Desse modo, eles respeitam o tempo dos profissionais que produzem as peças.
#3 – Upcycling
Ultimamente surgiram várias marcas com o propósito do upcycling. Afinal de contas, já temos no mundo todos materiais necessários para criar peças. Então, por que não utilizar a criatividade e reutilizar esses materiais e de quebra ser uma pessoa bem legal com o meio ambiente? Vamos ver o que algumas marcas andam fazendo:
- a @paularondon_brand garimpa lençóis infantis, toalhas e tecidos e a partir deles cria suas peças;
- a @souregressa utiliza câmaras de bicicleta, guarda-chuvas e colchões infláveis para fazer acessórios;
- enquanto isso, a @westernaffair busca sapatos de noiva e gravata borboleta e a partir deles cria novas peças, bem originais.
E não paramos por aí. Já existem marketplaces especializados em uppcycling, como os franceses @reiner_upcycling e @lesfleurstudio. Além disso, marcas de luxo como Miu Miu, Marni e Marine Serre também já tem peças de uppcycling.
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#4 – Revenda
Pesquisas apontam que até 2029 o mercado de revendas vai ultrapassar as fast fashions. Por mercados de revendas, entenda: brechós. Isso mesmo, ele que virou o queridinho das pessoas, principalmente dos mais jovens que não curtem a massificação. Enfim, se uma vez ele era sinônimo de velharia hoje ele representa algo único e original.
E os brechós atuais ainda tem um bônus: uma comunicação primorosa. Como, por exemplo a @caba_paris que faz curadoria de roupas dos anos 60 e 70 com uma pegada mais divertida.
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Além disso, grandes marcas já estão ligadas nesse mercado. A Arezzo adquiriu uma plataforma de revenda e por lá é possível vender um calçado usado. O valor da venda é convertido em créditos e o cliente pode utilizar para comprar qualquer peça do grupo. Outra marca que também lançou loja virtual própria de revenda é a Levi’s. Aliás #ficadia: lá é possível encontrar peças icônicas.
Por aqui é possível encontrar vários brechós bons e com peças maravilhosas. Dá uma olhada no Instagram 😉
#5 – Branding com afeto
Marcas autênticas, com afeto e empatia vão conquistar o mundo. Esse afeto pode ser demonstrado com uma identidade harmoniosa e bem aplicada. Bem como na embalagem e no cheirinho dela quando a recebemos em casa. Ainda, podemos falar sobre o atendimento atencioso das pessoa envolvidas e as histórias que a marca conta. Tudo isso faz parte de modelos de negócio que levam o bem-estar para as pessoas.
Podemos citar como exemplo o brechó @elo.vintage, que dispensa grandes produções mas tem uma grande e boa ideia que permeia todos os elos da marca. Eles trabalham muito com vídeos educacionais sobre como cuidar das roupas, bem como histórias curtas que nos fazem viajar.
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Mais importante que onde é como chegar lá
Seja você um(a) empreendedor(a) por necessidade ou propósito é importante saber onde você quer chegar. Mas, é muito importante, também, sabe como você vai chegar lá. Esses 5 modelos de negócios podem inspirar você a buscar um caminho mais sustentável tanto do ponto de vista ambiental quanto financeiro.
Fonte: Marina Giustino / Criável
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