Chegou a Hora de Comprar? Especialistas Auxiliam Sobre a Queda do Dólar
O dólar atingiu o menor valor em um ano e os consumidores querem saber se é hora de comprar. Veja o que os especialistas recomendam sobre o assunto!
O dólar atingiu o menor patamar em relação ao real em um ano, encerrando o dia com uma queda de 0,08% e sendo cotado a R$ 4,8624. Essa é a menor cotação desde 6 de junho de 2022, quando fechou a R$ 4,7956. Com essa queda, surge a pergunta para aqueles que planejam viajar para o exterior ou realizar investimentos no exterior: é o momento certo para comprar dólares? Ou a tendência é que a queda se intensifique ainda mais?
Dólar caindo é hora de comprar? Especialistas dão a resposta
De acordo com especialistas, alguns fatores principais contribuem para a valorização do real em relação ao dólar. Entre eles estão a percepção de redução do risco fiscal, a desaceleração da inflação global e uma possível pausa no aperto monetário nos Estados Unidos.
Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, destaca a desaceleração do índice de preços ao consumidor nos EUA como um fator importante. O CPI subiu apenas 0,1% em maio, após um avanço de 0,4% em abril, o que leva à crença de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) poderá manter sua taxa de juros em sua reunião desta quarta-feira.
Segundo a ferramenta CME FedWatch, 94,2% dos analistas do mercado financeiro acreditam que não haverá aumento na taxa de juros. Aline Marques, sócia e assessora de investimentos da Ável, explica que juros mais baixos em economias avançadas, como a dos Estados Unidos, beneficiam países emergentes, como o Brasil, tornando-os mais atraentes para os investidores estrangeiros.
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A taxa Selic em 13,75% tem impulsionado a entrada de capital estrangeiro no Brasil, atraído pelos altos rendimentos da renda fixa. Com mais dólares chegando ao país, há uma maior oferta da moeda americana, o que acaba pressionando a cotação para baixo em relação ao real.
Os estímulos implementados pelo governo chinês para impulsionar sua economia, como a redução das taxas de juros de curto prazo, também contribuem para o câmbio brasileiro. A China é um importante parceiro comercial do Brasil, e espera-se que a maior demanda por minério de ferro beneficie empresas ligadas a essa commodity, o que atrai a atenção dos investidores.
Diego Costa, responsável pelo câmbio para as regiões Norte e Nordeste da B&T Câmbio, acrescenta que a percepção de redução do risco fiscal, devido aos debates sobre a reforma tributária e a tramitação do arcabouço fiscal, aumenta a atratividade do real em relação ao dólar.
Impactos negativos e positivos da queda do dólar
Em relação aos impactos da queda do dólar, alguns setores são prejudicados, como os exportadores de commodities agrícolas, como a soja; empresas de mineração, que produzem minério; empresas de proteína, que vendem carne e frango; e empresas do setor de papel e celulose.
Bruna Marcelino, estrategista-chefe da Necton Investimentos, destaca que a queda do dólar também traz benefícios, como a redução do preço das viagens ao exterior para os brasileiros. Além disso, a valorização recente do real em relação ao dólar pode ajudar a desacelerar a inflação no Brasil.
Quando o real se fortalece em relação ao dólar, as importações se tornam mais baratas e commodities, como o petróleo, produzidas no Brasil, mas precificadas em dólar, têm seus preços reduzidos, o que contribui para um controle da inflação. Além disso, empresas que foram prejudicadas pela queda do real nos últimos anos podem se fortalecer agora, como aquelas que possuem custos de matéria-prima em dólar, como empresas de alimentos e de tecnologia.
Atenção às decisões econômicas
Segundo os especialistas, embora o dólar esteja em queda, é importante considerar que essas condições podem não durar por muito tempo. Restrições impostas pela China devido a casos de COVID-19 e expectativas de aumento das taxas de juros na Europa e nos EUA para conter a inflação podem afetar o crescimento econômico global e a demanda por commodities. Portanto, é necessário acompanhar de perto a evolução desses fatores para tomar decisões informadas sobre câmbio e investimentos.
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