Especialista dá dicas de harmonização de vinhos com sopas e comidas de inverno, confira
Você sabe como harmonizar vinhos com sopas e outras comidas de inverno? Então fique atenta a este artigo
Sommelier dá dicas de harmonização de vinhos com sopas e comidas de inverno
Especialista dá dicas de harmonização de vinhos com sopas
Com a queda nas temperaturas, o clima fica sugestivo e repleto de motivos para o preparo de comidas mais quentes e aconchegantes. E, para acompanhar, nada melhor do que uma taça de vinho.
De modo geral, as sopas são um desafio para a harmonização, tendo em vista que são servidas em alta temperatura e também pela sua textura, que muitas vezes se torna incompatível com as características dos vinhos.
Pensando nisso, a coordenadora dos cursos de Sommelier e Beer Sommelier, do Centro Europeu – uma das mais renomadas escolas de gastronomia da América Latina – a Sommelière Edinéia Biassi, traz algumas dicas de vinhos para harmonizar com sopas e também com alimentos típicos do Sul do Brasil, como o pinhão e o barreado.
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Sopas
A sopa de capeletti, prato típico da Emilia-Romagna, localizada no norte da Itália, consiste em uma massa leve e cozida no caldo de carne, o famoso e delicioso brodo. Já o recheio leva ingredientes como carne de frango e gado, cebolinha, salsa, manjerona, alho, cebola, queijo ralado, noz moscada, sal e canela. “Por mais que a massa seja considerada leve, o recheio aumenta um pouco a estrutura do prato e pode combinar perfeitamente com tintos de leve a médio corpo e que tenham boa acidez. Experimente harmonizar com um Chianti ou um Valpolicella, as características desses vinhos vão combinar perfeitamente com a estrutura do prato”, indica Edinéia.
O ensopado de carne com legumes, que possui um peso maior no prato, a consultora de vinhos recomenda identificar qual o sabor que está mandando nesse prato. “A presença da carne traz estrutura, mas os legumes são leves e com isso podemos combinar muito bem com um vinho tinto com um final aveludado como um Merlot”, sugere.
Para as sopas cremosas como a de cogumelos e alho poró, por exemplo, que possuem sabor e textura delicadas, pedem um vinho que acompanhe o seu corpo, como um Pinot Noir, que tem corpo leve, boa acidez e toques terrosos. “Este vinho vai harmonizar por similaridade, devido às características do vinho, do alho poró e dos cogumelos”, explica Edineia. Já para os cremes de queijo como o parmesão, que tem como característica a untuosidade, a especialista sugere o vinho chardonnay com estágio em barrica de carvalho, que – segundo ela – terá boa estrutura, cremosidade e ótima acidez, excelente para limpar nossas papilas gustativas.
Barreado e vinho
O barreado – um prato típico paranaense, tradicional da cidade de Morretes, cidade histórica na região litorânea – consiste num cozido de carne com temperos como cebola, alho, sal, cominho em pó, pimenta do reino e louro. Todos os ingredientes são cozidos em uma panela de barro que fica no fogo de 12 a 24 horas até que a carne desmanche, para só então ser servido com farinha de mandioca e banana da terra.
“Extremamente saboroso, aquece o corpo e a alma e pede vinhos elegantes, mas que tenham estrutura. Experimente harmonizar com os grandes vinhos do Douro ou Alentejo, ambos são vinhos concentrados, apresentam bom nível de taninos, excelente acidez e ótima estrutura. Pode apostar sem erro também em um Rioja Reserva ou um Dolcetto italiano”, menciona a professora do Centro Europeu.
Pinhão e Vinho
Outro alimento muito apreciado no Sul do Brasil em períodos de inverno é o pinhão, fruto da araucária, árvore símbolo do Paraná. O pinhão é apreciado como aperitivo e em receitas doces e salgadas. Como em todas as harmonizações, os pratos que levam pinhão, dependerão da forma de cocção.
“Para receita de Muffins de Pinhão, por exemplo, é preciso pensar em vinhos doces que correspondam a doçura do prato, como um vinho branco com doçura e corpo leve. Para os pratos salgados, como o Pinhão à Provençal, a harmonização vai muito bem com um tinto leve, sem estágio em barrica de carvalho e que apresente boa acidez, como um Pinot Noir”, finaliza Edineia.
Receita de Mulled Wine, o vinho quente ou quentão
O Mulled Wine ou “vinho curtido” é também conhecido na região sul do país como quentão.
A bebida já era consumida no século II pelas tropas durante a expansão romana para as ilhas britânicas, com o objetivo de aquecer o corpo nos invernos rigorosos do norte europeu.
A bebida se tornou popular em meados do século XVI. Na época, devido a peste negra, era mais seguro beber vinho do que água e tinham como entendimento que a fusão de ervas e especiarias com o vinho, era uma forma de proteger também a saúde das tropas.
Isso porque um dos principais ingredientes do Quentão é o vinho tinto, que contém polilfenóis, ricos em antioxidantes naturais que ajudam a nos proteger de diversos ataques à saúde. A canela atua como anti-inflamatório, reduzindo o risco de doenças como artrite. Já o cravo, outro ingrediente importante, pode controlar os níveis de açúcar no sangue.
Confira uma receita tradicional da Europa:
· Duas garrafas de vinho tinto (o merlot é uma ótima escolha)
· 100 ml de vinho do porto
· 1 (uma) laranja
· Cravo
· Uma colher de sopa de canela
· Canela em pau
· Uma colher de sopa de noz-moscada
· Duas colheres de açúcar mascavo
Como preparar:
· Corte a laranja em gomos e espete os cravos em um dos pedaços
· Leve uma panela a fogo baixo e esquente todos os ingredientes por 20 minutos.
· Importante não deixar a mistura ferver para que o álcool não evapore. Caso a bebida comece a esquentar demais, levante a panela do fogão até baixar a fervura.
· Basta servir ainda quente e enfeitar o copo com a canela em pau.
· Se quiser incrementar a receita, utilize especiarias diversas como anis a cardomomo.
Serviço
O curso de Sommelier do Centro Europeu ensina desde noções de viticultura, enologia, enografia e legislação específica dos vinhos do novo e do velho mundo, suas origens, processos de vinificação, além de conhecimento das técnicas de degustação, serviços e enogastronomia, levando à descoberta de cada pequeno segredo das bebidas e da sua harmonização com os alimentos.
É destinado para pessoas que desejam aprender ou aprimorar seus conhecimentos na área e exercer a profissão em estabelecimentos de alto nível gastronômico. A carga horária é de 164 horas/aulas, com dois encontros semanais à noite e as turmas iniciam em março e agosto.
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