O livro Sapiens: uma breve história da humanidade é uma das grandes obras do nosso tempo, que tem o poder de sintetizar e atualizar o nosso conhecimento sobre nós mesmos. Acima de tudo, é uma daquelas obras de divulgação científica absolutamente necessárias. Talvez comparável com os clássicos “A Origem das Espécies”, de Darwin, “Cosmos” e “O mundo assombrado pelos demônios” de Carl Sagan. Ou até “O universo em uma casca de noz”, de Stephen Hawking, esse último, talvez não tão convidativo aos leigos como eu.
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Mas diferente d’A Origem das Espécies, o bestseller de Yuval Harari não contém nenhuma descoberta científica ou longo estudo que vai mudar a nossa concepção sobre algum assunto. Por outro lado, Sapiens tem a nobre função de juntar séculos de conhecimentos científicos, antropológicos e acima de tudo históricos, e condensar em uma narrativa linear – quase que romântica, do meu ponto de vista. De um jeito convidativo, principalmente pra quem não conhece os jargões intelectuais filosóficos e científicos que normalmente habitam as terras acadêmicas.
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Sobre o que exatamente é o livro Sapiens
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O livro de 2014 aborda a evolução dos primatas, mais especificamente o homo sapiens. Desde a idade da pedra, quando cerca de 9 espécies diferentes de humanos chegaram a coexistir, até o século XXI. Passando por etapas como a extinção de outras espécies de humanos como o Homo Neandertalis, as revoluções cognitiva, agrícola, científica, e a unificação da humanidade.
Harari aborda diferentes temas, sempre da perspectiva de um historiador. O incrível acontece quando percebe-se que a História em si é a ferramenta chave para entender quais foram todas as variáveis que nos trouxeram até aqui. Afinal, como tudo se conecta, Sapiens é ao mesmo tempo uma bela introdução à História e também um resumo de tudo o que é o Ser Humano.
Além disso, em alguns momentos Harari te dá as ferramentas para questionar a natureza da nossa existência. Como quando no início, somos guiados pela Revolução Cognitiva, o que nos diferenciou dos outros animais de uma maneira aparentemente pouco vantajosa. Mas foi algo que, ocasionalmente, facilitou a criação de grandes hordas de homo sapiens, e possibilitou a colaboração que logo mais viria a causar uma Revolução Agrícola, e Científica, assim sucessivamente.
Por que ler o livro Sapiens: uma breve história da humanidade?
Se os parágrafos anteriores não te convenceram, aqui vou explicar o que esse livro tem me despertado de útil.
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A primeira coisa que posso pontuar, é a capacidade de criar conexões entre eventos históricos. Por fazer isso tantas vezes, Harari acaba te acostumando a interpretar essas conexões. Quando menos eu esperei, lá estava eu desenvolvendo minhas próprias conexões entre fatos que aparentemente não teriam tanto incomum. Por exemplo: a conexão entre o sistema judicial e religiões ancestrais politeístas. Talvez seja algo a que um historiador deva se acostumar, e de fato, na minha opinião é um atributo que todos deveriam procurar desenvolver.
Em segundo lugar, um dos motivos é simples: por que é legal saber sobre história. Não tenho muito o que falar sobre isso, eu simplesmente gosto de saber sobre algumas coisas que aparentemente não vão ser úteis em curto prazo. Mas como eu trabalho com criatividade, é bom ter algum conhecimento novo. Isso aumenta meu arsenal de conexões “estranhas” e improváveis que meu cérebro pode fazer. Embora às vezes isso possa sair um pouco de controle, rs.
Por último, por que é uma linguagem fácil. E talvez esse seja o motivo pela qual Sapiens é um best seller: é tão fácil de ler! Sim, e isso não significa que é mal escrito, pelo contrário. Eu tenho que admitir, eu não leio tanto quanto eu gostaria, mas recentemente, após adquirir o Kindle, da Amazon, eu tenho me obrigado a fazer mais isso (afinal, não pode ter sido em vão). Nesse casso, é importante pra mim, pelo menos enquanto eu volto a me adaptar à leitura mais frequente, um texto fácil de digerir. Isso também deixa claro que não é por que alguém escreve de um jeito super complexo, com palavras mais difíceis, que o conteúdo é melhor – se não todas as obras de arte seriam escritas por advogados.
Como faz pra ler?
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