Qual é a relação entre cozinha e criatividade? Bom, tudo, né! Sabemos que a cozinha é um bom lugar para inovar e criar novas soluções para velhos problemas. Inclusive, uma maneira de inovar na cozinha é acrescentar ingredientes novos e isso é um dos motivos pelos quais você deveria ler o livro O Terceiro Prato de Dan Barber.
Por que você deveria ler o livro O Terceiro Prato
Há algum tempo a questão de alimentação saiu do radar de preocupação de muitos países. Isso se deve ao fato de estarmos produzindo mais alimentos, e, de certa forma, alimentando uma maior parte da população. (Claro que toda essa produção é má distribuída e por vezes desperdiçada e muitas pessoas continuem passando fome, mas isso é um assunto longo e uma pauta para um próximo texto).
No entanto, o que o livro de Dan Barber traz é um convite para se questionar e conhecer a sua dieta e tudo que ela promove no mundo. O livro trata, principalmente, da dieta dos estadunidenses, país de origem do autor. Mas, essa dieta que é centrada na carne e em poucas culturas de vegetais é bem similar a nossa, aqui do Brasil.
Não é um livro sobre comida
No livro, Dan Barber explora a produção de espécies de um ponto de vista ecológico. Sabemos que, para se ter grãos com maior qualidade e menos produtos químicos, dependemos basicamente da qualidade do solo. E como ter qualidade no solo? Fazendo rotação de cultivos. Por exemplo, você planta o centeio que vai deixar o solo melhor para plantar milho depois. Desse modo, será necessário menos produtos químicos, pois o milho será mais saudável e mais forte, além de mais saboroso também.
Ah! então é fácil.
Se é fácil por que isso não acontece? Simples. Não há mercado para o centeio. Ninguém compra. Então, os produtores deixariam de receber. Ou seja, o que Barber se propõem a fazer no livro é mostrar todas essas nuances por trás da nossa alimentação. E se colocar como responsável, enquanto chef da alta gastronomia, a criar pratos com esses grãos tão necessários ao solo e que também são importantes para nossa saúde.
A partir desse ponto de vista, é importante entender a responsabilidade de um chef de cozinha enquanto influenciador do que as pessoas acabarão por cozinhar em casa. Pois vale lembrar que a culinária também passa por tendências e precisamos de alguém que as crie.
O livro envolveu muita pesquisa por parte do autor e é separado em quatro partes. São elas:
Parte I – Solo
Nessa parte do livro o autor explora o contexto da saúde do solo e das plantas. Por que comemos essas espécies de plantas? Elas estão sendo bem aproveitadas? São realmente nutritivas?
Parte II – Terra
Aqui fala-se da carne. Vemos uma incursão por pequenas fazendas da Europa que mantém um estilo tradicional da criação de animais, de maneira mais livre e mais humana.
Parte III – Mar
Será que vamos ter todas variedades de peixes disponíveis para consumo daqui 35 anos? Nesse capítulo é explorada a saúde dos oceanos, a pesca predatória, bem como soluções criativas e mais ecológicas.
Parte IV – Semente
Sabemos que poucas empresas detém o mercado de sementes. Isso quer dizer que essas definirão o que vamos comer? Nessa parte do livro o autor embarca numa pesquisa que envolve melhoristas de sementes, pequenos agricultores e pessoas que buscam manter cultivos com sementes tradicionais.
No que esse livro vai me ajudar?
A entender por que comemos o que comemos. E, principalmente, a repensar o que estamos consumindo, de uma maneira que tenhamos alimentos saborosos e de qualidade no futuro.
Para mim o livro foi uma virada de chave. Eu já pesquiso sobre as questões de alimentos há um tempo, mas o livro me fez perceber que nossa dieta baseada em poucas culturas de vegetais e sempre no mesmo corte de carne é insustentável de um ponto de vista ecológico.
E o que eu posso fazer para mudar isso?
Diversificar minha alimentação. Por exemplo, se eu gosto de comer pipoca, eu posso entender quais são as culturas que os agricultores precisam rotacionar com o plantio desse grão para devolver a saúde ao solo e incluir essas outras culturas no meu prato, de forma a incentivar ele a fazer esse rodízio de plantação. Além disso, comprar do pequeno agricultor que usa suas próprias sementes e comer carne de forma consciente são coisas que estou aplicando na minha vida.
Pois agora eu entendo que isso faz bem para saúde do meu corpo e do planeta. 😉
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