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Ozempic: medicamento para perda de peso vira o novo “viagra” e “botox” nos EUA.

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No mundo, em especial quando estamos falando do ramo farmacêutico, às vezes, alguns medicamentos são desenvolvidos a priori para uma determinada função. No entanto, nem sempre essa função é a única que um determinado medicamento pode desempenhar, visto que podem haver outros processos e ações que podem ser ocasionadas por um mesmo medicamento. Isso já aconteceu outras vezes e dificilmente deixará de ocorrer e vem acontecendo com o Ozempic.

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Medicamento para perda de peso bombando nos Estado Unidos

Mas por que estamos falando disso? Ocorre que recentemente um medicamento chamado de Ozempic, nos Estados Unidos, começou a ser utilizado para outros fins, sem ser aqueles que o medicamento efetivamente foi desenvolvido. Quer compreender tudo que está ocorrendo em torno desse medicamento? Continue lendo que não vamos te explicar tudo sobre. Confira aqui!

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O que é o Ozempic?

“Oh, oh, oh, Ozempic”, são as palavras que algumas vozes cantam em um comercial que está vinculado ao remédio que está sendo comercializado nos Estados Unidos da América para diabetes do tipo 2, fabricado pela empresa de saúde Novo Nordisk. Nesse sentido, esse trecho que foi apresentado inicialmente refere-se ao jingle que é cantando ao som de Magic, da banda Pilot dos anos de 1970.

Em vista disso, é importante destacar que essa canção faz apologia a rápida capacidade do remédio que foi relatado de causar a perda de peso com o efeito colateral do controle do açúcar no sangue nos sujeitos que possuem diabetes. No entanto, como foi dito anteriormente, a sua função principal não é essa.

De acordo com os especialistas, os pacientes consideram esse remédio uma maravilha devido a esse efeito de perda de peso que é proporcionado por ele. Em relação a esse medicamento específico, o cirurgião dermatológico de Nova York Paul Jarrod Frank disse: “Além do Viagra e do Botox, não vi nenhum outro medicamento se tornar tão rapidamente parte da cultura moderna.”

O termo “corpo pós-Ozempic”.

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Não é nenhum tipo de brincadeira de Paul Jarrod Frank quando fala que os pacientes acham o remédio maravilhoso. Isso não é nenhum tipo de eufemismo. Na realidade, o termo “corpo pós-Olympic” virou uma tendência nas mídias sociais e na vida real dos sujeitos nos Estados Unidos da América. Na realidade, tornou-se extremamente comum ver relatos na internet de pessoas que passaram a tomar o medicamento para poder perder peso.

Inclusive, no mês passado, o bilionário Elon Musk creditou Wegovy, uma droga semelhante, como uma das principais razões pela sua perda de tempo, o outro motivo que foi atribuído pelo bilionário foi a prática de jejum. Além disso, outras personalidades publicadas também referenciam o remédio, como Andy Cohen e até mesmo Kim Kardashian no TikTok, visto que foi amplamente divulgado que ela teria utilizado o medicamento para poder perder peso e caber no famoso vestido de Marilyn Monroe no Met Gala deste ano.

Porém, mesmo que as celebridades não admitam que tenham utilizado esse medicamento destinado a diabetes do tipo 2 para poder perder peso, as pesquisas no Google mostram um grande empenho da população por procurar o medicamento e os efeitos dele no corpo.

Tudo pela estética?

De fato, podemos dizer que a estética do corpo humano, ou seja, os padrões estabelecidos socialmente alteram-se conforme os anos passaram. Num primeiro momento, o corpo mais robusto era compreendido como um padrão. No entanto, hoje, o polêmico corpo padrão magro está voltando a ser o cenário do mundo da moda, embora muitos afirmem que essa tendência e esse padrão estético nunca tenham realmente deixado de ser atuantes na sociedade.

Em suma podemos dizer que a estética pode ser fortemente influenciada pelas tendências que a moda dita em um determinado período da existência. Em vista disso, é preciso dizer que a ideia de que as pessoas achem normal ter que ter que se submeter a injeções de forma regular e submeter-se a potenciais efeitos colaterais em nome de encaixar-se no padrão é um um pouco preocupante.

De acordo com a dermatologista Ava Shamban, de Los Angeles, “a distorção corporal, a dismorfia e o exemplo que estamos dando para as mulheres jovens, já tão vulneráveis ​​às versões irrealistas da beleza”. Além disso, a especialista em medicina da obesidade em Beverly Hills, Nancy Rahnama, concordou e disse: “Celebridades que usam, ou melhor, abusam destas drogas para perda de peso – não por motivos de saúde, mas simplesmente para alcançar um corpo magro – formam um cenário profundamente problemático, que contribui para aumentar a cultura tóxica da perda de peso”.

Mas o Ozempic é aprovado pelos órgãos de saúde para perda de peso?

De fato, a resposta mais simples que pode ser concedida em relação a essa questão é: não. Esse remédio específico é comercializado para combater a diabetes tipo 2. Na realidade, existe um medicamento dessa mesma empresa farmacêutica que é aprovado para a perda de peso, o mesmo que Musk citou: Wegovy. Esse remédio, na realidade, é indicado para pessoas que possuem sobrepeso e idade acima de 18 anos de idade, índice de massa corporal (IMC) acima de 30 ou acima de 27 com alguma comorbidade associada, como pressão alta e colesterol alto.
“Wegovy marcou o início de uma nova geração de medicamentos antiobesidade altamente eficazes”, diz W. Scott Butsch, diretor de medicina da obesidade no Instituto Metabólico e Bariátrico da Cleveland Clinic.

“A perda de peso corporal de 12,4% causada por ele durante o seu estudo de eficácia, que durou 68 semanas com mais de 1.900 pessoas com um IMC médio de 37 participando, foi superior a todos os medicamentos anti-obesidade existentes. Além disso, uma parcela maior do que a metade do grupo de estudo (55%) perdeu mais de 15% do peso corporal e 35% perdeu mais de 20%”.

Porém, como o Ozempic é um remédio que possui o acesso mais facilitado em detrimento do Wegovy, as pessoas acabam comprando-o e utilizando para a perda de peso, mesmo que o médio não seja destinado a isso. Além disso, de acordo com muitos especialistas, o fato do medicamento ser auto administrado em casa e ser utilizado por meio de injeção no abdômen, braço ou coxa uma vez por semana, isso acabou contribuindo diretamente para a circulação do medicamento, ainda mais quando estava ocorrendo o isolamento social.

Como funciona o Ozempic no corpo? Quais os efeitos colaterais?

Em suma, falando de uma forma mais genérica e pouco técnica, o Ozempic faz com que o apetite do corpo seja reduzido, enganando-o para que você não sinta fome e, consequentemente, deixe de comer. “Quando produzido naturalmente, o hormônio que imita Ozempic só nos mantém com a sensação de estar satisfeitos por algumas horas, enquanto o medicamento pode fazer essa sensação durar até 24 horas”, aponta especialista. Em vista disso, podemos dizer que o medicamento possui sim alguns efeitos colaterais.

De acordo com a própria bula do medicamento, os efeitos colaterais que as pessoas podem sentir são: náuseas e vômitos, constipação e fezes moles são amplamente relatados e, para alguns, levam à descontinuação do medicamento. De acordo com a Dra. Chao, “os efeitos colaterais raros e graves com a semaglutida incluem inflamação do pâncreas, retinopatia diabética, problemas renais, problemas da vesícula biliar e reações alérgicas”.

Por conseguinte é importantíssimo deixar claro que como o medicamento foi desenvolvido para poder tratar uma doença que é crônica, por consequência, não foi desenvolvido para poder ter o seu uso interrompido. Na realidade, o medicamento trata pacientes que possuem diabetes, ou seja, deve ser tomado a longo prazo para que surta efeito desejado nos pacientes. “Se a medicação for interrompida e os pacientes voltarem aos seus hábitos alimentares anteriores devido ao aumento do apetite, eles voltarão aos seus níveis originais de açúcar no sangue”, aponta Dra. Rahnama.

Por fim, vale salientar que este medicamento é relativamente novo no mercado fármaco. Devido a isso, ainda não existem estudos robustos que digam quais são os efeitos desse medicamento ao longo prazo sendo utilizado pelas pessoas. No entanto, embora esses estudos ainda não existam, é válido enfatizar que o medicamento foi projetado para pessoas que possuem diabetes, e não sujeitos que querem somente perder peso. São necessários muitos estudos para tentar entender quais serão os efeitos do medicamento nos sujeitos que não portam a doença e mesmo assim fazem uso dele.

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