COVID-19, A PANDEMIA ACABOU?
Você já parou para se questionar se de fato a pandemia da Covid-19 realmente chegou ao fim? Atualmente, a sensação que as pessoas possuem é de que o vírus não circula mais tanto devido a vacinação em grande escala.
É importante deixar claro que, de acordo com o que foi divulgado pelas autoridades chinesas da Comissão Nacional de Saúde, no intervalo do dia 8 de dezembro do ano passado até o dia 12 de janeiro deste ano, 59.938 óbitos ocorreram devido ao vírus na China sendo que a parcela majoritária daqueles que foram afetados diz respeito a idosas com comorbidades.
Nesse sentido, o pico de óbitos conseguiu, de certo modo, superar os 4 mil mortos por dia e o número de atendimento nas clínicas da China chegou a atingir três milhões de atendimentos por dia.
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A situação chinesa: entenda!
Inicialmente, é fundamental deixar claro que a situação na China referente ao vírus da Covid-19 é realmente grave. Além disso, a China vem vivenciando um momento conturbado depois do mundo todo estar em equilíbrio em relação ao vírus devido a adaptações necessárias que precisam ser feitas para ampliar a capacidade de atendimento das pessoas, assim como ocorreu em todos os países do mundo que conseguiram enfrentar o vírus de frente. Em suma, podemos dizer que a China vive o pior momento da pandemia depois do mundo por três fatores, sendo estes: Relaxamento abrupto das medidas de restrição, Baixa adesão vacinal de idosos e Baixa imunidade coletiva.
Relaxamento abrupto das medidas de restrição.
Inicialmente, a China foi um dos países que aderiu a política de “covid zero”. Esse plano foi seguido desde que a pandemia se iniciou. No entanto, de acordo com as próprias sugestões da comunidade científica, essa política, quando pensamos no longo prazo, não é nem de perto a mais eficiente.
Além disso, é fundamental deixar claro que existe outro consenso que é o de desmame gradual no que se refere a situação em que novas estratégias de restrição passaram a ser adotadas na medida em que a imunidade coletiva passava a aumentar. Dessa maneira, a partir da imunidade coletiva gerada por meio da vacinação e a própria circulação do vírus, de certo modo, deveriam amenizar os casos severos.
No entanto, a China em nenhum momento fez isso. O país manteve as restrições severas durante basicamente três anos, o que fez com que o período de escape do vírus fosse intensificado. No final das contas, todas as decisões tomadas pelo governo chines em relação ao vírus não foram as mais seguras do ponto de vista epidemiológico e social.
Em vista disso, grande parte da população deixou de apoiar o governo chines devido aos malefícios psicológicos e sociais que essa política restrita no longo prazo vem causando na população. Devido a todo esse processo, simplesmente, a China conseguiu fazer com que a reprodução efetiva de uma cepa ainda mais transmissível que o vírus original passasse a contaminar a população.
Baixa imunidade coletiva.
Obviamente, todo mundo sabe que a vacinação proporciona a redução drástica no que se refere à gravidade da doença quando se é contaminado pelo vírus. Desse modo, a vacinação produz um efeito no qual, quando um sujeito potencialmente contaminado, ao estar vacinado, passa a sentir muito menos os efeitos do vírus.
Dessa maneira, a ideia principal é vacinar a maior parte da população para que, quando esse sujeito for exposto ao vírus, menor serão as chances de ocorrerem complicações. Consequentemente, o vírus deixa de ter tanto “poder”. Podemos observar que a maior parte dos países do mundo foram muitos severos com as restrições de deslocamento. Isso ocorreu até que os idosos e pessoas com comorbidades, em geral são grupos de ricos, estivessem vacinados.
No caso da China, o plano era de vacinar antes de proceder o relaxamento das médias. No geral é um plano que se mostra eficiente, mas não foi muito bem executado. Ocorre que os idosos tiveram uma baixa adesão vacinal, o que acabou fazendo com que a crise na China se estendesse para 2023.
Baixa adesão vacinal de idosos.
Um grande erro foi cometido em relação à vacinação. O fato de que as primeiras vacinas que foram liberadas na China foram destinadas a adultos e não idosos. Essa distinção se deu sob a justificativa de não haver dados que comprovem o suficiente a eficácia e segurança nesse grupo em questão. Esse fato gerou consequentemente descrédito a vacinas no que se refere a população mais vulnerável em relação ao vírus.
A situação torna- se ainda mais agravante quando se analisa os dados referentes às pessoas que possuem idade acima de 80 anos. Cerca de 60% desse grupo ainda não havia recebido a vacina contra a Covid-19. No final das contas, todos esses fatores contribuíram para a China chegar no estado que se encontra atualmente em relação ao vírus.
As vacinas que foram e estão sendo utilizadas na China não funcionam? Pode-se dizer que é um grande equívoco afirmar que as vacinas que foram utilizadas na China não funcionam. As vacinas funcionam sim. Porém, existem diferenças em relação ao resto do mundo no que se refere aos contextos.
Na China, as principais plataformas de vacinação basearam-se no vírus inativo. Nesse sentido, as plataformas que se baseiam na proteína e vetor viral foram menos utilizadas. De acordo com os dados que foram levantados até o determinado momento, é sabido que as vacinas que se baseiam em RNAm são superiores às vacinas que usam o vírus inativo. Inclusive no combate a novas variantes.
Desse modo, uma das maneiras mais eficazes de conseguir combater o vírus é apostar em esquemas heterólogos, que utilizem mais de um tipo de vacinação, assim como foi feito no Brasil. No Brasil, a circulação do vírus e de novas cepas diminui drasticamente.
A pandemia acabou? O que esperar em relação ao futuro?
Em suma, podemos dizer com toda a certeza de que o pior momento de todos em relação à pandemia já passou. No resto do mundo, o clima é basicamente de tranquilidade, salvo o caso da China em especial. No caso chines, de acordo com os relatórios que foram divulgados, as coisas mudaram. Embora o “boom” de contágio tenha ocorrido no final de 2022 e no início de janeiro de 2023, a demanda específica para casos graves de Covid já reduziu em torno de 90%.
Ocorreu uma redução no pico de óbitos em janeiro em torno de 79%. Os casos graves reduziram em torno de 72%. Outro ponto fundamental é o fato de que nas áreas rurais, as pessoas ficavam muito menos expostas ao vírus em comparação com os sujeitos que residiam no setor urbano chines.
No final das contas, podemos dizer que a fase ruim que a China está passando logo passará, assim como aconteceu no resto do mundo. Em síntese, podemos dizer que a boa cooperação humana conseguiu vencer o vírus, de certo modo.
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