Branding negativo das marcas
Muitas marcas brasileiras e mundiais dão um show de branding e ativação de marca, mas nem sempre conseguem ser felizes 100%. Na última madrugada em uma prova de eliminação do BBB21 ocorreu um branding negativo para um das marcas patrocinadoras do reality show, bora conferir.
Antes de tudo vale conceituar que o branding, ou gestão de marca, nada mais é do que cuidar das marcas em todo e qualquer ponto de contato com os seus públicos. Do logotipo as interações em redes sociais, a gestão de marcas deve ser feita baseada nos princípios e valores que a empresa defende.
Nesse sentido, na última madrugada (dia 29 de abril para o dia 30) a AVON promoveu uma prova de resistência aos participantes do Big Brother um tanto complexa. Além disso, antes de começar o apresentador Tiago Leifert passou algumas instruções sobre a dinâmica das coisas e comentou sobre poder vomitar durante a prova, segundo relato do site UOL. Contudo, ao longo da realização da prova infelizmente os participantes começaram a passar mal e a sister Camilla não aguentou e precisou ser amparada.
foto divulgação GLOBO
Cada ponto de contato é uma oportunidade para aumentar a consciência da marca e promover o relacionamento com o cliente.
David Aaker
CUIDADO COM OS VALORES DA MARCA
A AVON patrocinadora do reality e da prova eliminatória em questão acabou se envolvendo numa ação um tanto problemática aos valores promovidos pela empresa. Conforme descrevem no site institucional da empresa visa empoderar mulheres com inspiração e independência financeira, assim como se posicionam em relação ao combate ao envelhecimento da pele e a luta contra o câncer de mama entre outras causas sensacionais.
Em suma, a empresa tem como principais valores o bem-estar, inclusão social e valorização do ser humano, porém esse tipo de exposição da marca, no caso a ação proposta no reality show não condiz com isso.
Interessante analisarmos que a ação planejada não observou ou pontuou com um olhar crítico o esforço e sacrifício que as pessoas envolvidas na dinâmica teriam que fazer, tudo por causa de um prêmio milionário ou uma oportunidade de disputar a final do programa. Será que realmente vale a pena promover isso? Será que a marca não patrocinou o mal-estar e a degradação de alguém?
Será que não dava para perceber que uma “prova de girar as pessoas” não iria fazer bem para ninguém? Mas será que somente a empresa AVON é a responsável por esse desfecho ou os participantes tinham o poder de escolher não realizar a prova? Ou ainda, será que o resultado dessa prova não pode ser revisto em vias judiciais?
Principalmente o fato é que cada vez mais as empresas devem ter profissionais conectados com o processo de gestão de marcas, entendendo de forma consciente como uma inserção em um programa pode mexer com os valores construídos ao longo do tempo.
Uma última questão para refletir sobre branding negativo das marcas: como nós espectadores e possíveis consumidores nos posicionamos em relação a tudo isso?
Essa não é a primeira (nem a última) ação de marca que deu errado e não condiz com os valores institucionais de uma empresa.