Não, você não caiu aleatoriamente em um script de Black Mirror. Porém, uma nova rede social surgiu em março desse ano. O nome: BitClout. O que ela faz? Transforma pessoas em moedas (e você nem precisar estar lá para isso acontecer!). Enfim, vem saber como funciona o BitClout, a rede social que transforma pessoas em criptomoedas.
Em um primeiro momento, podemos dizer que o BitClout parece o Twitter, onde pessoas postam texto, fotos, vídeos e links. Porém, se trata de algo que vai muito mais além. BitClout é uma mistura de especulação e mídias sociais. Ao criar um perfil, o usuário recebe sua própria moeda (chamada de ‘moeda do criador’). Se muitas pessoas comprarem essa moeda o valor dela sobe. Da mesma forma, se as pessoas começarem a vendê-la seu valor cairá. Por exemplo, se o Elon Musk lançar um ‘novo carro voador’, sua moeda irá subir. Agora, caso ele se envolva em algum escândalo de racismo, por exemplo, a tendência é que o valor de sua moeda baixe.
E, nesse caso a pessoa nem precisa ter criado um perfil na rede social para acumular dinheiro por lá. Uma moeda do próprio Elon Musk, por exemplo, já vale cerca de US$ 100 mil dólares e ele nem está na plataforma! Ou seja, no momento que ele decidir entrar, já terá bastante dinheiro a sua espera, graças as pessoas que negociam a sua moeda com base na sua influência.
Além dele outros famosos como Felipe Neto também aparecem lá, mesmo sem ter criado o seu perfil. Nesse caso, a moeda de Felipe Neto já está valendo US$ 177,00 e assim que ele entrar na plataforma, vai encontrar US$ 19mil para investir.
Ainda, é possível comprar suas próprias moedas apostando em si mesmo (!!?). Dessa forma, a sua moeda irá se valorizar e você passará a monetizar sua própria influência.
O BitClout possui sua própria moeda, nativa da plataforma. Para entrar no jogo e começar a investir nos perfis que estão lá é preciso comprar BitClouts, que custa, em média US$ 177 dólares cada uma.
Um distopia perversa e genial
Em poucos meses a nova rede social já recebeu 300mil novos perfis. Adolescentes que pretendem ficar ricos dentro da plataforma, artistas famosos e investidores compõem esse grupo usuários. Além disso, um mês após o lançamento, a rede social já estava avaliada em US$ 1 bilhão de dólares, pela New York Magazine.
De acordo com Ronaldo Lemos, estamos falando de algo perverso e genial. Perverso por que a plataforma meio que transforma cada pessoa em um produto a ser negociado. Por outro lado, se essa nova rede social for amplamente utilizada, vai ensinar as pessoas a lidarem com criptomoedas. Da mesma forma que o Orkut, lá em 2004, ensinou as pessoas sobre a internet: como fazer upload de foto, postar e outras atividades que não eram comuns à época.
Olhando por esse lado parece bom, né? No entanto, é importante ressaltar que até agora não existe uma maneira de retirar o dinheiro investido lá. Atualmente, a plataforma trabalhar para ser adicionada as bolsas oficiais de criptomoedas e esperam que isso aconteça no prazo de um mês.
Enfim, aos corajosos e destemidos, aqui está o link para acessar a nova rede social: bitclout.com
Fontes: Melissa Resch, VOZ Colab / Ronaldo Lemos, Folha de São Paulo