As lojas Americanas vão fechar? E agora?
Grana curta no bolso e aquela vontade de se empanturrar de chocolate e outras guloseimas: a Americanas é a solução! Mas sabe aquela história de que o barato pode sair caro? No meio de tanta discussão, resta a dúvida: as lojas Americanas irão fechar?
Além disso, essa semana uma bomba explodiu no mercado financeiro: a Americanas, uma das grandes varejistas do mercado brasileiro, comunicou que foram detectadas inconsistências em seus lançamentos contábeis estimadas em R$ 20 bilhões. No entanto, fica a dúvida neste escândalo financeiro, na cabeça de investidores e consumidores: as Lojas Americanas vão fechar? E agora?
As lojas Americanas vão fechar? E agora?
Em análise preliminar realizada com data-base de 30 de setembro de 2022, a empresa detectou inconsistências no seu balanço contábil. Em nota a Americanas informou:
Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia.
Mas afinal, o que ocasionou toda essa confusão? Pode-se dizer que a resposta é “risco sacado” ou “fotfait”, ou seja, operações que não são inseridas no balanço das empresas.
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No caso da Americanas, ocorreu o seguinte: a empresa comprava grandes quantidades de produtos de seus fornecedores que concordavam com um prazo bem espaçado para pagamento de até 180 dias.
Neste ínterim, intermediários financeiros ofereciam aos fornecedores o adiantamento do montante, como explica o economista e professor da FGV Roberto Kanter, especialista em varejo:
Quando a Americanas faz a compra dos fornecedores, geralmente coloca um prazo bastante dilatado para o pagamento, muitas vezes chega até 180 dias. Como ela compra em grandes volumes, os fornecedores aceitam vender o produto e receber neste prazo. Mas, dentro de uma semana após a venda ser feita, o intermediário financeiro entra em contato com o vendedor e se oferece para adiantar o montante.
E acrescentou:
Como os fornecedores podem ter prazos mais apertados, eles aceitam. E aí a dívida passa a ser com o intermediário financeiro. O que aconteceu foi que em vez de a Americanas lançar em seu balanço como ‘dívidas ao banco’, ela permaneceu lançada como ‘dívida ao fornecedor’, e isso impacta em uma gestão de balanço diferente, principalmente sobre os juros.
Um ofício da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), emitido em janeiro de 2022, já alertava as empresas que prestam serviços de consultoria contábil para as grandes empresas do ramo, sobre os riscos que envolvem essa prática.
O ex-presidente executivo, Sérgio Rial, afirmou em uma reunião fechada, falhas de identificação em financiamentos bancários que deveriam ter sido lançados como dívidas. Além disso, após comunicar os fatos, Sérgio Rial renunciou à direção da varejista após 10 dias no cargo.
Fato é que ainda é cedo para saber os rumos que a empresa tomará e, consequentemente, se as Lojas Americanas permanecerão de portas abertas.
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