Iti malia! A ciência e o mercado da fofura
Antes de mais nada, saiba que não há nada de especial em você passar horas na internet vendo bebês e bichinhos fofinhos. Afinal, isso é uma coisa inerente do ser humano. Nós, mamíferos, viemos programados de fábrica para sentir afeto por algo fofo. Da mesma maneira, entendemos a fofura como algo com a cabeça e olhos grandes. Sabe os bebês? Repare melhor neles a próxima vez que ver um. Vamos falar um pouquinho mais sobre essas coisas Iti malia!? Afinal, existe ciência e também um mercado da fofura.
Iti malia! A ciência e o mercado da fofura
Filhotes de qualquer mamífero, ser humano, gato ou cachorro possuem traços físicos em comum. Elas são dadas principalmente pela maneira como cada parte do corpo cresce no útero. Cabeça grande, braços e pernas curtas, testa alta e nariz pequenos são alguns exemplos desses traços. Ou seja, nascemos totalmente desproporcionais o que nos garante alguns tombos na primeira infância.
O fato é: crianças não são mini adultos, e isso é seleção natural pura. Nós nos desenvolvemos para sentir ternura por criaturas com cabeções e olhos grandes. Desse modo, todo ser humano que acha um bebê fofo tende a cuidar dele. E, cuidar do seu filho significa preservar seus genes. Sendo que, o gene que nos faz sentir ternura por coisas com cabeça grande é perpetuado na espécie. Ou seja, esse sentimento de ternura por filhotes garante que a espécie continuará se propagando. E isso vale para todos os mamíferos que cuidam de sua prole. Não é uma exclusividade nossa, alecrins dourados, seres humanos que somos.
De maneira mais específica, toda vez que vemos uma coisa redonda e bochechuda nosso cérebro libera dopamina. Sim, aquele hormônio neurotransmissor que nos causa prazer. Claro que, ele não distingue seres humanos de objetos inanimados, como um ursinho de pelúcia, por exemplo.
E designers que conhecem bem isso costumam fazer bom proveito dessa característica. Como podemos ver, por exemplo, o design do New Bettle, com faróis redondos enormes e o teto arredondado. Afinal, a Volkswagen sabe que nós vamos interpretar os faróis do carro como olhos e o teto como o crânio. O nome disso é pareidolia: aquilo que nos faz ver rostos em tudo, seja em caixinha de correio, ou em um tronco de árvore.
O mercado milionário da fofura
A fofura é uma arma para diversos momentos. Seja para amolecer seu coração na hora de adotar um animalzinho ou com crianças em alguma propaganda na TV. Mas, além disso, a fofura rende muito, mas muito dinheiro. Afinal, a Pokémon é a marca mais valiosa no mercado de entretenimento. E se você não acha o Pikachu, o Bulbasaur ou Squirtle fofinhos, talvez você não tenha aquele gene que comentamos acima e é bem possível que a seleção natural vá acabar com você. (brincadeira, kkk)
Além disso, podemos citar outras marcas valiosas, como a Hello Kitty, Ursinho Pooh, Mickey e Star Wars e seu Baby Yoda, com olhos e cabeça gigantes. Inclusive, no Natal de 2019 houveram mais de 48 mil buscas por bonecos do Baby Yoda no Etsy, já que a Disney não conseguia repor a tempo os bichos de pelúcia para consumo.
Faz parte de ser humano, e tá tudo bem
Ou seja, a fofura é, primeiramente, ciência e evolução. E no contexto atual é também mercadológico. Claro que, isso não é novidade, afinal um pouco de contato com áreas da comunicação, marketing e design nos fazem entender isso. Mas, da próxima vez que seu coração ficar saltitante e você começar a falar mais fininho por que encontrou algo muito fofo, preste atenção. Talvez alguma equipe de marketing quis causar isso mesmo em você, mas, para além disso, lembre-se: é só mais um traço da nossa humanidade.
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